A Superintendência de Administração do Meio Ambiente (Sudema) analisou a mancha escura que surgiu nas praias da Região Metropolitana de João Pessoa em 17 de março e constatou que, embora apresentasse características naturais de manguezal, também continha coliformes fecais, indicando possível contaminação por esgoto.
A mancha, de odor forte e coloração escura, foi registrada na praia do Bessa, próximo a Intermares, perto da foz do Rio Jaguaribe. Para esclarecer sua origem, a Sudema coletou amostras da água e realizou testes para verificar se o fenômeno era resultado apenas dos processos naturais do mangue ou se havia relação com despejo de esgoto.
Os resultados apontaram que a tonalidade escura e o cheiro intenso são típicos dos manguezais, onde a decomposição de matéria orgânica, como folhas e galhos, libera gases como sulfeto de hidrogênio (com odor semelhante ao de “ovo podre”) e dimetilsulfeto (DMS), proveniente da degradação de algas marinhas. A baixa concentração de oxigênio no ambiente contribui para a formação desses compostos.
A Sudema também explicou que o trecho do Rio Jaguaribe que deságua no mar, conhecido como Rio Morto, recebe água da chuva e do sistema de drenagem urbana. Durante períodos secos, essa água fica represada, acumulando matéria orgânica em decomposição, que gera substâncias húmicas e gases. Quando ocorrem chuvas intensas, essa água acumulada é liberada para o oceano, formando a chamada “língua negra”, caracterizada pela alta concentração de matéria orgânica e odor desagradável.
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