Penso não haver nada mais angustiante, que um inocente, não poder se defender de uma injustiça cometida contra ele próprio, e até contra outros. É aquela máxima, melhor pagar pelo que deve, do que pagar sem dever ou pelos outros.
Mas eis que chega o grande Dia do julgamento final. Todos os seres humanos são julgados irrestritamente. Tendo até réus um tanto diferentes. Seres inanimados. Que não pensam, não opinem, não decidem, mas, que por causa de outros, esses muitos se prejudicaram.
Após o batido do malhete, segue o silêncio da multidão dos ditos objetos que agora terão de responder pelos seus atos, referentes a política brasileira, mais especificamente, quanto aos atos da eleição presidencial de 2022.
Sentado no banco de réus, aquela que sempre foi acusada pelas barbaridades ocorridas. Sem ter como se defender, ganha agora o poder da fala. Se a serpente falou, a sarça esbaforiu e o jumento também, nada mais justo conceder o dom da fala ao objeto da discórdia.
Logo ela que passou uma eternidade sendo culpada de junto com o código fonte, manipular, esconder o jogo. Tivesse podido abrir logo o bico, ter-se-ia evitado invasão, quebra-quebra, explosão e literalmente o número dois indevido nos vasos sanitários da suprema corte.
Porém, antes mesmo de abrir a boca, boca é modo de falar, abrir o compartimento por onde lhe sai os boletins impressos, antes de sair qualquer som, Aparece no telão celestial, a figura de uma arma de fogo, como a verdadeira culpada, seguida de um uníssono Óóó!!! Em todos os idiomas.
Por que não afirmaram logo isso? Diz a voz de trovão. Se evitaria todo esse quiproquó, celeuma, moído (fala no linguajar de todos). Pessoas estariam nas suas casas, trabalhos, seio famíliar, e principalmente alguns feito minha imagem e semelhança não teriam passado daquela pra melhor.
Daí, cada um querendo tirar o corpo fora, principalmente do lago de fogo, já que a casa acabará de cair, começam as suas defesas:
“Eu avisei pra me deixar no coldre. Que aquela perseguição a um homem desarmado não ia dar em boa coisa. Ainda mais em via pública, perigando atingir pessoas. Mas, como só se arrependem depois de me fazerem cuspir fogo...”
Até o Confuso... Ops, não confunda, é o nome da mini motocicleta, que sempre ficava apreensivo, no passeio dos Carangos e Motocas, com o seu piloto sem capacete: “Eu te disse, eu não te disse? Te disse!”. E o chefe Chapa responde ao pequeno Confuso... “Eu sei, eu sei... cale essa buzina.”
“Eiiii...”. Entra em ação a voz trovejante do Chapa Mor: “Menos, capita. Aqui quem manda SOY YO. TALKEY?”. Ameaçou falar um PÔ! Bem maiúsculo, mas, percebeu que o capeta tava só de olho pela fresta da janela, esperando um vacilo para passar na cara.
Afinal de contas, o fracasso da tentação no deserto, mesmo oferecendo, dinheiro, poder e fama a seu Filho, ainda não lhe desceu pela goela abaixo. Engula em seco.
Charles Thon
Pastor/Doutor em Teologia
Especialista em Direitos Humanos
Membro: Global Academy Of Letters
João Pessoa, 27/03/25, Outono Brasileiro.
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